Escolas de samba levam cor e representatividade aos sambódromos em 2018, apresentando musas transgênero e alas inteiramente LGBT
As escolas de samba se renovam a cada ano que passa e em 2018 não será diferente. Os desfiles deste ano apresentarão novidades para o público LGBT. Com samba no pé, estarão presentes musas trans e alas que enaltecem o carnaval gay, levantando a bandeira da diversidade.
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E para mostrar que o carnaval gay
já uma realidade e veio para ficar, veja quais serão os destaques dos desfiles das escolas de samba de 2018.
Musas e rainhas trans
As musas e rainhas de baterias estão sempre em evidência, e esses cargos que são predominantemente ocupados por mulheres cis, terão duas representantes trans neste ano: Kamilla Carvalho e Camila Prins.
Kamilla, da carioca Salgueiro, desfilou pela primeira vez como Wagner aos 14 anos. Desta vez, aos 30, é a primeira mulher trans LGBT a ser musa da escola. A agremiação afirma que ela é a primeira do carnaval carioca a ter um destaque que passou pela transição de gênero, mas alguns nomes, como Vera Verão e Roberta Close, se destacaram no passado e abriram o espaço que existe hoje.
Já Camila desfila representando a bateria da Mocidade Camisa Verde e Branco, uma das escolas mais tradicionais de São Paulo. A escolha pela rainha faz parte da aposta da agremiação para tentar voltar ao Grupo Especial com a criação do cargo “Rainha Trans”.
As estrelas desempenham um papel importante para a comunidade LGBT. Segundo dados divulgados em janeiro pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 170 pessoas T foram assassinadas em 2017 no Brasil, país que mais mata no mundo. As musas trans são fundamentais para menos violência e maior representatividade.
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Alas gays
Em novembro do ano passado, foi lançada a campanha “Carnaval é Alegria, Diga Não à LGBTfobia”. Em uma parceria entre a escola de samba Vai-Vai e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) da Prefeitura de São Paulo, o objetivo é de conscientizar os frequentadores dos ensaios e o sambódromo sobre o respeito à comunidade LGBT. No anúncio, a Vai-Vai também deixou em aberto a possibilidade de haver uma ala gay em seu desfile.
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O programa foi suficiente para inspirar a Império de Casa Verde a entrar na onda do carnaval gay. Ela se juntou à Coordenação de Políticas para LGBT da Secretaria e prometeu apresentar uma ala inteiramente dedicada ao público gay no desfile desse ano.